O indicador antecedente da Boa Vista de Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo o território nacional, registrou queda de 0,4% entre os meses de julho e agosto, na análise dos dados dessazonalizados, mas na comparação do trimestre móvel findo em agosto contra o trimestre findo em maio ele ainda aponta alta, mesmo que tímida, de 0,2%.
Na série de dados originais, o indicador praticamente andou de lado na comparação interanual, queda de 0,1%, e isso fez com que as variações nos números acumulados fossem pequenas em comparação ao que se tinha até o mês de julho. No ano o indicador ainda registra estabilidade e em 12 meses acumulados a queda passou de -1,5% para -1,6%.
Como esperado e antecipado na divulgação do indicador anterior, a queda em relação ao mês de agosto de 2021 foi leve, após forte retração observada em julho, mantida a base de comparação. Além disso, a curva de longo prazo do indicador, que vinha em queda acelerada, parece estar mais próxima de um ponto de inflexão, algo que também já era esperado.
“Os resultados mais tímidos do varejo nos dois últimos meses também são justificados pelo fato do 3º trimestre ser considerado um período mais fraco, sem grande apelo comercial, o que tende a mudar até o final do ano, não só pela contribuição da desaceleração da inflação e do aumento no valor de Auxílio-Brasil, de R$ 400 para R$ 600, como também, pelo fato de estarmos nos aproximando de dois eventos sazonais consideráveis. Primeiro, a Black Friday, que deve ter um apelo promocional grande, ainda mais na linha de produtos de maior valor agregado, e segundo, a Copa, que também pode vir a fazer com que o consumo aumente”, diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.
Fonte: Liliana Liberato