O Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou nesta quarta-feira (15) a investigação de um suposto trabalho análogo ao de escravos no Esporte Clube Jacobinense, envolvendo cinco adolescentes. Segundo o MPT, informações preliminares indicam que não havia contratos de atleta em formação nem pagamento de bolsa auxílio, além de não ter sido identificada nenhuma matrícula em unidade escolar.
O caso foi descoberto por auditores-fiscais da Superintendência Regional do Trabalho (SRT) após uma inspeção realizada no último domingo (12) no alojamento da agremiação esportiva, do bairro de Cajazeiras, em Salvador. A equipe de servidores da SRT-BA enquadrou a situação como trabalho escravo e fez o resgate dos jovens. Este é o primeiro caso de resgate de jovens em clube de futebol no Brasil
Os adolescentes estavam alojados e realizavam seus treinos para a divisão de base do Jacobinense, que tem sua equipe principal atualmente disputando a série B do Campeonato Baiano. Segundo relato parcial dos auditores, que deverá integrar relatório a ser encaminhado nos próximos dias ao MPT para servir de base para o inquérito, foram verificadas carga de treinamento intensa e alimentação inadequada aos jovens, além do impedimento da liberdade de ir e vir.
As condições de trabalho dos adolescentes começaram a ser investigadas depois que um integrante da comissão técnica do Jacobinense Esporte Clube foi preso temporariamente, acusado de assédio sexual a jovens do centro de treinamento. Essa investigação está a cargo da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca).
Fonte Metro1