O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (4) que não se evita ataques a tiros como os dois ocorridos neste final de semana nos Estados Unidos “desarmando o povo”.
Na tarde de sábado (3), um atirador fez 20 vítimas em El Paso, no Texas, e foi preso pela polícia. Um segundo ataque, já na madrugada deste domingo, elevou para 29 o número de mortos em assassinatos em massa. O criminoso, morto pela polícia, matou 9 pessoas na cidade de Dayton, Ohio.
Os ataques deixaram, ainda, 42 feridos, parte deles em estado grave.
Questionado sobre os massacres, Bolsonaro disse lamentar os episódios, e negou que o desarmamento evite atentados como os dois ocorridos nos EUA.
As motivações dos dois atiradores ainda são investigadas. No primeiro caso, em El Paso, o assassino é um homem de 21 anos e teria postado um manifesto racista horas antes do ataque. Não há detalhes sobre o atirador de Dayton, que teria agido sozinho.
Na manhã deste domingo, o presidente Donald Trump lamentou as mortes e elogiou a atuação da polícia nos dois casos. “Deus abençoe o povo de El Paso, Texas. Deus abençoe o povo de Dayton, Ohio”, escreveu em uma rede social.
Embaixada nos EUA
Durante a entrevista, Bolsonaro também voltou a falar sobre a iminente indicação do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
No fim do mês passado, o Brasil submeteu aos Estados Unidos a sugestão do nome de Eduardo Bolsonaro para ocupar a embaixada em Washington, e aguarda a resposta norte americana sobre o “agrément”, a consulta que se faz ao país onde o embaixador será nomeado.
Bolsonaro afirmou que Eduardo foi elogiado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, mesmo tendo sido “massacrado” pela imprensa brasileira.
“Eu tenho um filho que está para ir para os Estados Unidos e foi elogiado pelo [Donald] Trump. Vocês massacraram o meu filho. A imprensa massacrou. […] A relação do Eduardo, caso aprovado pelo Senado, vai ser, no meu entender, muito boa com o Trump, o embaixador é um cartão de visitas”, disse o presidente.
Questionado sobre a articulação do governo junto aos senadores, responsáveis por aprovar a indicação de embaixadores, Bolsonaro disse que conversa com alguns parlamentares. Ele ainda classificou de “hipocrisia” as críticas direcionadas à indicação do filho para a embaixada.
“O Senado pode barrar o meu filho sim. Agora imagina se no dia seguinte eu demita o Ernesto Araújo e coloque o meu filho no Ministério das Relações Exteriores. Ele não vai ser o embaixador, ele vai comandar, entre embaixadores e agregados, 200 mundo afora. E daí? Alguém vai tirar o meu filho de lá? Hipocrisia. Hipocrisia de vocês”, afirmou.