No Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, número equivalente a pelo menos 930 nascimentos por dia, segundo dados do Ministério da Saúde. Com o tema “Garanta o contato pele a pele com os pais desde o momento do nascimento”, o objetivo da campanha Novembro Roxo é conscientizar a população sobre os cuidados e a prevenção da prematuridade. Ao estimular o vínculo entre mãe e filho, “a mãe fornece o ambiente facilitador, que permite que tanto os processos naturais de crescimento quanto de interação com o mundo possam evoluir”, como explica a diretora do departamento materno infantil do Ministério da Saúde, Lana de Lourdes.
A prevenção da prematuridade começa antes mesmo da gestação, com o planejamento familiar, seguido do acompanhamento pré-natal adequado. Durante a gravidez, a realização de exames para prevenir e/ou identificar enfermidades é uma estratégia para evitar possíveis complicações e melhorar a saúde de mãe e filho. O bebê é considerado prematuro quando nasce antes das 37 semanas de gestação.
O secretário da Atenção Primária à Saúde, Rafael Câmara, destaca a importância do pré-natal na prevenção: “a melhor forma de diminuir a mortalidade infantil é diminuir a prematuridade. Essa mensagem, ela tem que ficar muito clara e isso se faz com um pré-natal bem-feito. E para aqueles que nascem prematuros serem atendidos em locais de excelência, em hospitais de excelência, por profissionais de excelência”, esclarece.
O parto prematuro é a principal causa global da mortalidade infantil antes dos cinco anos de idade. O Brasil é o 10º colocado no ranking mundial dos países com mais nascimentos prematuros, de acordo com levantamento realizado pela ONG Prematuridade.com.
Políticas públicas
Entre as iniciativas da rede pública estão o Previne Brasil, financiamento da atenção primária a partir de indicadores da saúde da mulher; o QualiNEO, estratégia de qualificação do cenário de maternidade, do pré-natal ao neonatal para bebês prematuros; e a Rede de Atenção Materno Infantil (RAMI), que tem como objetivo reduzir a morbimortalidade infantil e materna no país, por meio da implementação de um modelo de atenção de qualidade e humanização na assistência às gestantes e crianças.
“A RAMI acredita que com intervenções destinadas a assistência, a qualificação da assistência pré-natal, a qualificação do cenário de parto e nascimento e, claramente a qualificação do cuidado neonatal intensivo são intervenções com resposta científica garantida em redução de prematuridade”, esclarece Lara de Lourdes.
O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destaca os benefícios da tecnologia na rede de saúde pública no atendimento da prematuridade. “Essas novas tecnologias devem ser incorporadas no sistema de saúde. A medicina fetal, por exemplo, é um avanço extraordinário. Crianças podem ser operadas ainda no útero da mãe. Foi com inovações como essa que nós colocamos a telessaúde no SUS”.
Rede de Bancos de Leite Humano: como doar
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite materno, basta estar saudável e não estar tomando nenhum medicamento que interfira na amamentação. Estimativas do Ministério da Saúde apontam que um frasco de 200 mililitros de leite materno pode alimentar até 10 recém-nascidos. Quem quiser doar, pode procurar o banco de leite humano mais próximo ou ligar para o Disque Saúde, pelo número de telefone 136.
O Brasil possui 222 bancos de leite humano e 217 postos de coleta em todos os estados brasileiros. São cerca de 160 mil litros de leite humano distribuídos todos os anos a recém-nascidos de baixo peso. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR) é uma iniciativa do Ministério da Saúde, por meio do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), como parte da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança e Aleitamento Materno (PNAISC).
Fonte: Brasil 61