A reportagem de capa da revista “Veja” desta semana foi divulgada nesta sexta-feira (25) e traz trechos, até agora inéditos, sobre o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que levanta suspeitas sobre as movimentações financeiras do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
Depois das revelações já feitas sobre o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, como, por exemplo, a identificação de 48 depósitos de R$ 2 mil cada em uma conta bancária dele, o pagamento de um título bancário de R$ 1 milhão e o emprego dado em seu gabinete na Alerj para a mãe e para a mulher de um miliciano, que hoje está foragido da polícia, a Veja revela documentos que mostram que Flavio movimentou a quantia de R$ 632.229 mil, entre 1º de agosto de 2017 e 31 de janeiro de 2018. O Coaf considera o valor incompatível com a renda do primogênito do capitão reformado.
“Suspeição: nossa comunicação foi motivada em razão de o cliente movimentar recursos superiores a sua capacidade financeira”, resumiu o Coaf. As movimentações apontam 337 508 reais em créditos e 294 721 em débitos.
Foi entendido pelo órgão de controle financeiro que as rendas de Flavio Bolsonaro não eram suficientes para explicar tal volume de dinheiro em sua conta bancária.
A reportagem destaca ainda que durante os seis meses em que as movimentações de Flávio foram analisadas, a receita dele foi de R$ 251.508 mil. Desse valor, ele recebeu R$ 131.508 mil como salário de deputado estadual e R$ 120.000 mil de lucro oriundo da Bolsotini Chocolates e Café, que administra uma franquia da Kopenhagen. O relatório do Coaf não informa se detectou ou não a origem dos R$ 90.000 mil restantes.
Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro
A mesma reportagem da Veja publica também um outro trecho inédito do Coaf, que indica novos indícios de lavagem de dinheiro contra Fabrício Queiroz.
Entre 20 de dezembro de 2017 e 6 de junho de 2018, o ex-motorista de Flavio Bolsonaro sacou R$ 190.000 reais em 38 operações diferentes.