Com as atividades, os alunos ganham mais autonomia, segurança e exploram habilidades
Tato, audição, visão e fala. Os sentidos de estudantes com deficiência ou transtornos de aprendizagem da Rede Municipal são amplamente explorados durante oficinas de música e arte. O atendimento é ofertado pelo Centro Municipal Integrado de Educação Inclusiva Colbert Martins da Silva e tem o intuito de promover o desenvolvimento global do sujeito através de ações multidisciplinares.
O espaço atende cerca de 500 estudantes, destes, 80 participam das oficinas artísticas, são crianças autistas, deficientes auditivas, visuais ou intelectuais, com síndrome de down, déficit de atenção e outras deficiências. O atendimento é apenas para estudantes matriculados na rede municipal.
Com atividades lúdicas e divertidas, os alunos ganham mais autonomia, segurança, exploram habilidades e trabalham dificuldades através da arte. Além de ser uma forma de democratizar o acesso dos recursos para os estudantes do ensino público.
Os estudantes que chegam ao Centro passam pelo atendimento psicopedagógico para avaliação, entrevista inicial com a família e acolhimento das demandas apresentadas pela escola. Após esta etapa, são direcionados para ações integradas que promovem o desenvolvimento pedagógico de acordo com a singularidade de cada criança, à exemplo das oficinas.
“Nosso foco é totalmente pedagógico e alinhado com o trabalho desenvolvido pelas escolas. Nas oficinas, por exemplo, conseguimos intervir nas necessidades através das atividades, mas também avaliar o estudante. Observar seu repertório criativo, habilidades psicomotoras, funções executivas, planejamento e organização e flexibilidade do pensamento. É um importante suporte para as ações multidisciplinares”, explica a psicopedagoga Sheila Oliveira.
As aulas de arte são as preferidas de Isaane, estudante da Escola Municipal Ester da Silva Santana, que está em fase de avaliação. Esta semana ela produziu um ‘patinho’ de papel machê e uma linda pintura, uma atividade que envolveu coordenação motora fina, concentração e percepção tátil. Os resultados da aluna com apenas 2 meses de acompanhamento multidisciplinar já são perceptíveis, tanto em sala de aula quanto em casa.
“A arte possibilita à criança mexer com sentimentos, sensibilidade, formas de expressão e habilidades, por isso não se restringe só ao fazer artístico. Em cada atividade conseguimos aplicar um exercício ‘escondido’, seja avaliativo ou como intervenção para o estudante. É um momento de acolhimento, inclusão e expressão”, destacou a professora e artista plástica Vera Lúcia Gonçalves, carinhosamente conhecida como Veroka.
Oficina de música
Durante os encontros semanais, os estudantes com deficiência atendidos pelo centro tem um objetivo principal com seus sentidos: sentir, expressar-se e integrar-se de forma genuína através da música. Cantigas, parlendas, jogos, teatro musical e os diversos tipos de instrumentos são alguns dos recursos utilizados nas aulas.
Na oficina de ‘sensibilização musical’, como a professora e musicista Rosa Macedo prefere chamar, são trabalhados lateralidade, fala, memorização, foco, concentração, coordenação motora e cognitiva e a interação social.
“Através do ritmo, por exemplo, conseguimos trabalhar a espacialidade de uma criança que não consegue andar em linha reta. Tenho alunos com dificuldades na fala, mas que conseguem se expressar através da música. Cada um tem seu tempo e suas individualidades, mas é maravilhoso acompanhar cada evolução e o sorriso no rosto dos meus alunos”, contou a professora de música.
Fonte: Secom Feira de Santana