A série de ataques criminosos contra ônibus, bancos, prefeituras, comércios e prédios públicos que atinge Ceará completou uma semana. Desde quarta-feira (2), o G1 contabilizou 167 ataques em 42 dos 184 municípios cearenses. Para tentar conter a onda de violência em Fortaleza e no interior, o estado recebeu o reforço de tropas da Força Nacional e de policiais da Bahia. O governador Camilo Santana anunciou que 21 membros de facções criminosas presos no Ceará foram transferidos para presídios federais após os ataques.
Início dos ataques
A sequência de ações criminosas teve início após uma fala de Mauro Albuquerque, que afirmou que iria acabar a entrada de celulares nos presídios e encerrar a divisão de presos nas detenções conforme a facção criminosa a que pertencem.
Entre a noite de quarta e a madrugada de quinta-feira (5), criminosos incendiaram dois ônibus em Fortaleza e ampliaram as ações também na Região Metropolitana da capital.
Uma bomba foi explodida em um viaduto na cidade de Caucaia. O local precisou ser isolado e passou por reparos para evitar um desmoronamento.
Ações nos presídios
Em entrevista nesta quarta-feira (9), o governador Camilo Santana afirmou que 21 presos de facções criminosas foram transferidos do Ceará para presídios federais em outros estados. O governo federal ofereceu 60 vagas nos presídios que administra para receber criminosos que atuam no estado.
Até agora, 191 detentos foram autuados pelos crimes de desobediência, resistência e motim dentro das unidades prisionais do estado. Os indiciamentos ocorreram nas casas de detenções do complexo prisional de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza.
Segundo Camilo, o governo está mudando a política de controle e segurança nas unidades penitenciárias, principalmente para evitar a comunicação dos detentos com as ruas. O governador afirmou ainda que o maior rigor no sistema penitenciário faz parte de um plano trabalhado em três eixos na área da segurança pública, iniciado após uma crise no sistema penitenciário, em 2016.
“Dobrei o número de agentes penitenciários, e agora no fim do ano tomei a decisão de que era uma área que precisava de uma intervenção mais forte do Estado. A verdade, é que temos leis muito frouxas hoje no Brasil. Infelizmente, a polícia prende o bandido, mas ele continua a comandar o crime de dentro do presídio. O que eu estou fazendo é cumprir a lei dentro dos presídios”, disse.
Fonte: G1