Uma pesquisa recente realizada pelo Datafolha, entre os dias 1º e 3 de abril de 2025, com 3.054 pessoas em 172 cidades brasileiras, revela que a maioria da população é favorável à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo os dados, 54% dos entrevistados se manifestaram a favor da prisão do ex-mandatário, enquanto 40% se posicionaram contra, com uma margem de erro de dois pontos percentuais.
Acusações contra Bolsonaro e sua defesa
Bolsonaro se tornou réu na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), após ser acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de tentar derrubar o Estado Democrático de Direito. Ele nega as acusações, alegando que apenas analisou cenários constitucionais e não teve envolvimento direto em qualquer plano golpista. Apesar disso, continua incentivando manifestações em favor da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o que agrava sua situação perante a opinião pública.
Apoio à prisão por regiões e perfis sociodemográficos
A pesquisa revela variações significativas no apoio à prisão de Bolsonaro dependendo da região e do perfil dos entrevistados. No Nordeste, 59% defendem que o ex-presidente seja preso, enquanto no Norte e Centro-Oeste o apoio fica mais equilibrado, com 47% a favor e 45% contra. No Sul do Brasil, a divisão é mais estreita, com 49% dos entrevistados contra e 46% a favor da prisão.
O recorte religioso também mostra diferenças no apoio à prisão de Bolsonaro. Entre os católicos, 55% se posicionam a favor da prisão, enquanto entre os evangélicos esse índice é significativamente menor, caindo para 38%, com 54% sendo contra.
O apoio de eleitores de Tarcísio de Freitas
Entre os eleitores que dizem votar em Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), aliado de Bolsonaro, 79% se opõem à prisão do ex-presidente. Tarcísio, governador de São Paulo, é considerado uma figura importante na política brasileira e é visto como um possível sucessor político de Bolsonaro, que está inelegível até 2030. A pesquisa também mostra que 62% dos apoiadores de Tarcísio acreditam que Bolsonaro não será preso.
Diferenças conforme o perfil socioeconômico
A pesquisa também evidencia que as expectativas sobre a prisão de Bolsonaro variam conforme o perfil socioeconômico dos entrevistados. Pessoas com ensino superior (50%) e aquelas que ganham mais de dez salários mínimos (47%) são mais propensas a acreditar na possibilidade de prisão do ex-presidente. Por outro lado, jovens de 16 a 24 anos (57%) e pessoas com ensino médio (56%) têm uma visão mais cética, acreditando que Bolsonaro permanecerá livre.
Esses dados indicam que a prisão de Jair Bolsonaro é um tema que continua dividindo a sociedade brasileira, com diferentes visões dependendo da região, religião, filiação política e nível socioeconômico. A pesquisa do Datafolha oferece um panorama importante sobre o atual cenário político e as expectativas dos brasileiros em relação ao futuro do ex-presidente.
Redação