Um grupo com 22 pessoas, a maioria mulheres transexuais, vítimas de uma rede de aliciamento para exploração sexual, foi resgatado por agentes da Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (2). A suspeita de comandar a quadrilha foi presa na operação que teve o início da investigação após o Ministério dos Povos Indígenas encaminhar à PF informações sobre a atuação do que seria uma rede de aliciamento de pessoas.
Conforme apuração, os investigados agenciavam, recrutavam e alojavam pessoas mediante fraudes e ameaças com o fim de exploração sexual. A coordenadora-geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marina Bernardes, disse que o tráfico de pessoas tem entre suas finalidades justamente a exploração sexual. “Mulheres, meninas e população LGBTQIA+ são as mais vulneráveis a essa finalidade exploratória, o que demonstra a necessidade de ações, tanto de prevenção quanto de proteção, específicas voltadas a essas populações.”
O Protocolo de Palermo diz que este tipo de crime é uma grave violação de vários direitos, em que uma pessoa (ou grupo) é convencida, convidada ou enganada a aceitar uma proposta que resultará em uma forma de exploração. Segundo o protocolo, essa exploração pode ser sexual, laboral, por meio de servidão, que gere dano a seu corpo por meio da venda de órgãos, a venda de crianças e bebês para a adoção ilegal, dentre outros.
O Brasil ratificou o protocolo em 2004 e, como resposta ao compromisso internacional, elaborou e aprovou a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, por meio de decreto de 26 de outubro de 2006. A finalidade é estabelecer princípios, diretrizes e ações de prevenção e repressão ao tráfico de pessoas e de atendimento às vítimas.
Fonte Metro1