O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou nesta terça-feira (8) que o banco negocia com o Ministério da Economia uma redução da taxa de administração do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Atualmente, a Caixa cobra uma taxa de 1% para administrar os recursos do fundo, utilizado pelo governo usado para financiar diversos projetos, como o Minha Casa Minha Vida.
Em média, o FGTS paga por ano cerca de R$ 5 bilhões à Caixa em taxa de administração e, de acordo com o presidente do banco, há uma “conversa” para que o valor cobrado seja reduzido, mas a decisão ainda terá de passar pelo crivo do governo. A redução da taxa de administração do FGTS poderia gerar mais lucro para o fundo, que teria menos despesas com o pagamento desse tipo de operação.
“Não evitamos uma conversa, estamos nesse ponto. É uma discussão de governo. A Caixa é o principal instrumento de políticas públicas no Brasil, responsável por vários pagamentos fundamentais. Qualquer discussão é da Caixa com o governo, com o ministro [Paulo] Guedes [da Economia] e com o presidente Jair Bolsonaro”, declarou Guimarães a jornalistas.
A decisão sobre a taxa de administração cobrada pelo banco é do Conselho Curador do FGTS, formado por entidades representativas dos trabalhadores, dos empregadores e, em sua maioria, por representantes do governo federal.
De acordo com Guimarães, ainda que o FGTS pague cerca de R$ 5 bilhões ao ano em taxa de administração, na parcial dos nove primeiros meses deste ano, o lucro da Caixa com essas operações é de R$ 689 milhões.
Monopólio
As tratativas para a redução da taxa de administração acontecem em um momento em que se discute a manutenção do monopólio da Caixa nas operações do FGTS. Nesta segunda (7), por exemplo, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou em uma rede social contrariamente à quebra do monopólio da Caixa e disse que se o Congresso decidir o oposto, ele vetará.
“Se o Congresso decidir quebrar o monopólio da Caixa, eu vetarei segundo orientação do próprio Ministério da Economia”, disse Bolsonaro.
No Congresso, está em discussão a medida provisória enviada pelo governo federal que altera regras do FGTS. Entre outros pontos, a MP libera o saque de até R$ 500 por conta no fundo e cria a modalidade do saque-aniversário, em que o trabalhador pode retirar uma quantia limitada da conta uma vez por ano, no mês de aniversário.
“Somos um banco estatal de todos os brasileiros, mas temos de ter resultados numéricos. Não há possibilidade de realizar uma operação para perder dinheiro. Grande risco que existe é um só: separou e cada projeto [do FGTS para ser disputado pelos bancos] vai ter de ter o seu pagamento individual. E quem vai sofrer? Interior do Norte e Nordeste. E não é sofrer pouco não, é inviabilizar”, afirmou Pedro Guimarães nesta terça.
Fonte: G1