“Tive um sonho maravilhoso, sonhei que eu dava tanto tiro na sua cabeça que ela rachou no meio”. Essa foi uma das ameaças feitas por Deleon Vitória de Santana, que foi preso por agressão e tortura a ex-companheira em 2014, e está ameaçando a vítima pelas redes sociais há cerca de um mês mesmo estando no presídio em Feira de Santana.
De acordo com a vítima, o pesadelo começou há cerca de oito anos, primeiro com ameaças e depois agressões. Por quatro meses, ela foi mantida em cárcere privado pelo ex-companheiro, onde foi torturada, teve os dentes quebrados com alicate, os cabelos cortados com faca e ficou cega de um olho após ele ser furado com um garfo.
“Com medo dele fazer mal a mim, mesmo com ele lá [presídio] dentro, não sei se ele tem esse poder de mandar alguém fazer alguma coisa comigo. Morro de medo”.
Segundo a delegada Clécia Vasconcelos, esses casos de ameaças feitas por ex-companheiros agressores que estão presos são comuns.
“Muitas vezes ele está recolhido no presídio e essas ameaças continuam. Sejam através de telefones ou mandando recado pelas visitas. Isso demonstra que a proteção à essa mulher vai além dessas forças que estão se unindo. A rede de proteção à mulher tem que ser ampliada”, disse a delegada.
Até o dia 31 de março deste ano, a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Feira de Santana registrou 776 ocorrências, sendo 368 delas como denúncias de ameaça.
“Infelizmente é um tipo de delito que prescreve rápido. Imagina alguém viver sobre o crivo de ameaça de morte, ameaça de ter a casa incendiada, então é um crime que merece realmente muita atenção do poder judiciário, da delegacia”, afirmou Clécia Vasconcelos.
Fonte G1/BA