“É através do exemplo que a gente consegue inspirar”, afirma Eremita Mota (PSDB), a primeira mulher a presidir a Câmara de Feira de Santana. A Casa composta por 21 vereadores tem apenas duas mulheres como representantes – cenário que, no que depender da nova presidente, deve mudar nos próximos anos.
Em seu quinto mandato como vereadora, a professora, natural de Castro Alves, assumiu a presidência no dia 2 de janeiro, após vencer a eleição com aprovação de 20 dos 21 deputados da casa.
Na política desde os 17 anos, quando se mudou da cidade natal para Feira de Santana, Eremita trilhou um longo percurso nos bastidores da vida pública antes de sentar na cadeira de presidente da Câmara. Além de trabalhar em eleições na cidade, integrou o Departamento de Família e Idoso e foi líder do Departamento de Educação e Ensino Primeiro no Grau. Além disso, trabalhou como professora e foi diretora e vice-diretora de uma instituição.
Em 2004, quando foi eleita pela primeira vez, a vereadora recebeu quatro mil votos, número que, segundo ela, era um recorde para uma mulher no município. Desde a primeira eleição, sonhou com o dia em que ocuparia a presidência da casa legislativa. Após finalmente conseguir, Eremite recebeu muito carinho das mulheres feirenses.
Para ela, os primeiros desafios como presidente da casa serão a reforma do prédio onde ficam os gabinetes dos vereadores e a correção do regimento interno. Além disso, Eremita contou que pretende alinhar a câmara para diminuir as discussões de cunho pessoal em momentos de trabalho.
Machismo na política
Para Eremita, ascender na política foi um ato de ruptura e coragem. No percurso, não foram poucos os episódios de machismo em um meio que ainda é dominado pelos homens. Até mesmo após ser eleita presidente da casa, o machismo não cessou.
“Internamente, dentro da Câmara, passei por bastante desgaste, mas, depois de assumir a Casa, a situação melhorou bastante. Acredito que devemos fazer política olhando para frente e quando passo por situações como essa, busco enfrentar”, contou.
Para ela, assumir o cargo é extremamente representativo. “É uma sensação de dever cumprido, é olhar para trás e saber que valeu apena lutar pela nossa causa, é saber que o meu trabalho foi reconhecido. Toda mulher deve vender e ocupar o lugar que ela quiser”, afirmou.
Fonte g1/Bahia