A falta conhecimento sobre a doença falciforme é considerado o principal problema em relação ao atendimento desses pacientes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e policlínicas do município. Por isso, nesta terça-feira, 19, profissionais que atuam nas urgências e emergências foram sensibilizados quanto ao acolhimento de pessoas com a doença.
Em Feira de Santana, 560 pacientes são atendidos através do Centro Municipal de Pessoas com Doença Falciforme, mantido com recursos próprios da Prefeitura de Feira de Santana . A unidade oferece tratamento multidisciplinar, realizado por médicos, enfermeiros, nutricionista, psicólogo e assistentes sociais, ofertando consultas com hematologista, hematopediatra, clínico geral e exame de doppler transcraniano, que avalia por ultrassonografia a velocidade do fluxo de sangue nas principais artérias do cérebro, podendo reduzir as chances de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
“É um atendimento completo, mas é ambulatorial. No momento que esse paciente precisa de um acompanhamento na urgência e emergência, ele precisa de um protocolo específico, que atenda as especificidades das crises álgicas”, explica a coordenadora do Centro Municipal de Pessoas com Doença Falciforme, Luciana Brito.
A programação teve também palestra da médica Hematologista, Anna Paloma Martins Rocha, debatendo sobre a fisiopatologia da doença falciforme em crises álgicas na unidade de urgência e emergência. Na sequência, a enfermeira pós doutora em Enfermagem e docente da Universidade Estadual de Feira de Santana, Evanilda Carvalho, falou sobre o acolhimento e classificação de pessoas com doença falciforme: racismo e estigma.
“As pessoas ainda sofrem discriminação quando procuram os serviços de saúde, em função do desconhecimento dos profissionais. Por isso, devemos falar sobre a doença no ponto de vista fisiopatológico e também suas implicações sociais, visto que o racismo e a discriminação criam obstáculos ao aceso dessas pessoas a um cuidado qualificado”, destaca Evanilda.
A capacitação foi realizada pela Secretaria Municipal de Saúde por meio da coordenação de UPAs e policlínicas, em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e reuniu mais de 100 profissionais da área, como a enfermeira Mariuxa Portugal.
“As pessoas desconhecem as singularidades da doença e, muitas vezes, estigmatizam aquele paciente. Quando entendemos o processo da doença, passamos a refletir mais sobre a dor do outro e como tratar essas pessoas da maneira mais adequada”, reflete.
Fonte: Secom Feira de Santana