Um estudo sobre mercado de trabalho, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, mostra que a renda da classe média brasileira cresceu na comparação com 2018.
A análise, que tem como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD), do IBGE, e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, aponta crescimento de 1,7% da renda domiciliar da faixa intermediária, que recebe entre R$ 2.461,02 a 4.110,60. Nos dois últimos anos, foi exatamente essa faixa que mostrou a pior evolução da renda.
A técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Maria Andreia Parente Lameiras, destaca um cenário mais favorável, principalmente em relação à subocupação e ao desalento, com melhoria dos indicadores, o que gera um consumo maior das famílias.
“Esse aumento da ocupação, com esse aumento dos rendimentos, tem gerado um aumento da massa salarial, que é muito importante. Porque é a massa salarial que acaba afetando o consumo das famílias. Se eu tenho mais gente empregada e se essas pessoas estão conseguindo salários um pouco melhores, isso gera um estímulo maior ao consumo, que é algo de grande importância se a gente está pensando em um crescimento da economia brasileira com mais fôlego nos próximos meses”, conta.
No que se refere ao corte por gênero, os rendimentos recebidos pelas mulheres tiveram variação positiva (1%), contra uma queda de 0,3% nos homens. Já em relação à idade, os piores resultados nos rendimentos reais médios continuaram com os trabalhadores mais velhos (-6,6%).
Segundo o estudo, o crescimento dos trabalhadores por conta própria, que em um primeiro momento se creditava à piora do emprego no país, pode estar indicando uma mudança estrutural das relações de trabalho, em grande parte devido á consolidação da “economia de aplicativos”, como o Uber, o IFood, que tem aberto novas possibilidades de geração de renda.
Fonte: Cintia Moreira