Mesmo com bienalidade negativa no arábica, produção segue robusta e exportações impulsionam receita cambial
A produção brasileira de café em 2025 está estimada em 3,2 milhões de toneladas, o equivalente a 53,8 milhões de sacas de 60 kg. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e consideram tanto o café arábica quanto o canephora (robusta e conilon). A projeção, referente ao mês de março, mostra que o país segue como um dos maiores produtores mundiais da bebida, apesar das oscilações típicas do setor.
Para o café arábica, o mais consumido no Brasil e no mundo, a previsão é de 2,1 milhões de toneladas, ou 35,8 milhões de sacas. No entanto, a safra de 2025 será marcada pela bienalidade negativa, um fenômeno que reduz naturalmente a produtividade após um ano de alta. Já o café canephora deve alcançar 1,1 milhão de toneladas, o equivalente a 18 milhões de sacas.
No Espírito Santo, maior produtor nacional de conilon, a expectativa é de crescimento de 5,6% na comparação com o ano anterior. A produção estadual deve chegar a 707 mil toneladas, ou 11,8 milhões de sacas. Em Rondônia, outro polo importante do robusta, a produção está estimada em 177,4 mil toneladas (3 milhões de sacas), com alta de 4,2% em relação a 2024.
No mercado internacional, o Brasil exportou 3,287 milhões de sacas de café em março, segundo o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé). Apesar da queda de 24,9% em volume comparado ao mesmo mês de 2024, a receita cambial subiu 41,8%, alcançando US$ 1,321 bilhão. Nos nove primeiros meses da safra 2024/25, o país embarcou 36,885 milhões de sacas, com crescimento de 5% em volume e 58,2% em receita.
Os Estados Unidos continuam sendo o principal destino do café brasileiro, com 1,806 milhão de sacas importadas no primeiro trimestre de 2025 — 16,9% do total. Alemanha (13,1%), Itália, Japão e Bélgica também figuram entre os principais compradores.
O bom desempenho do setor também impacta a economia do campo. O PIB do agronegócio cresceu 4,48% no último trimestre de 2024 e fechou o ano com alta de 1,81%. No caso específico do café, o valor bruto da produção aumentou 37,36%, impulsionado por uma valorização de 39,53% nos preços, mesmo com uma leve queda de 1,56% na produção.
Contudo, após meses de valorização, os preços do café apresentaram recuo em março. A média do arábica caiu 3,16%, fechando o mês em R$ 2.547,71 por saca de 60 kg, segundo o Cepea/Esalq. O robusta também recuou 2,3%, com média de R$ 2.003,02 por saca no Espírito Santo. A retração é atribuída à retomada das chuvas nas regiões produtoras e à cautela do mercado em relação à próxima safra.
Com incertezas sobre o desempenho da safra 2025/26, o mercado segue atento às condições climáticas e às projeções de colheita no Brasil e em países concorrentes, como o Vietnã. Mesmo assim, o café brasileiro mantém sua força como motor do agronegócio e pilar da balança comercial do país.
Fonte: Redação Portal Rádio Repórter com informações Brasil 61