Pouco menos de uma semana da Black Friday, que este ano será no dia 23 de novembro, milhares de pessoas aguardam a mega liquidação para aproveitar as ofertas. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que seis em cada dez (58%) consumidores têm a intenção de fazer compras na Black Friday, um expressivo aumento de 18 pontos percentuais em relação ao ano passado. Por outro lado, 32% só devem ir às compras caso encontrem boas ofertas e apenas 10% não pretendem comprar nada.
Entre os que pretendem comprar produtos de olho nos descontos, 70% consideram a data uma oportunidade de adquirir itens que estejam precisando com preços mais baixos. Cerca de 30% querem antecipar os presentes de Natal de olho nas promoções, enquanto 12% planejam aproveitar as ofertas mesmo sem ter necessidade de comprar algo no momento. Já entre os que não pretendem fazer compras na Black Friday, os principais motivos apontados são falta de dinheiro (28%) e o fato de não precisar comprar nada (22%).
Considerando aqueles que realizaram compras no ano passado, 34% esperam adquirir mais produtos em 2018, 28% comprar menos e 20% a mesma quantidade. Além disso, 32% pretendem gastar mais — sete pontos percentuais acima do previsto em 2017 —, outros 32% gastar menos e 24% desembolsar o mesmo valor. Considerando os que têm intenção de gastar mais, 30% disseram acreditar que os produtos estarão com preço bom e que vale a pena aproveitar a promoção. Para 26%, existe a necessidade de adquirir mais produtos e 23% vão às compras por terem economizado ao longo do ano para poder gastar.
O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, explica que o evento já é uma importante data de vendas para o varejo e as lojas que praticarem descontos reais sairão à frente da concorrência. “As promoções na internet costumam ser mais vantajosas, mas as lojas físicas que souberem oferecer preços competitivos também conseguirão atrair o consumidor”, destaca.
Gasto estimado com compras será de R$ 1.146 por pessoa; 64% dos que trabalham devem se manter online durante expediente para ver ofertas
Os consumidores devem comprar, em média, três produtos e desembolsar de R$ 1.145,75 – chegando a R$ 1.268,63 entre os homens e R$ 1.646,67 nas classes A/B. Por outro lado, 30% dos entrevistados ainda não definiram o quanto pretendem gastar. De acordo com o levantamento, a expectativa dos consumidores para este ano é de que haja um desconto médio de 45% nos produtos e serviços ofertados.
A pesquisa também investigou os principais locais que os brasileiros farão as compras. Os sites e aplicativos de varejistas nacionais (66%) mantêm a preferência dos consumidores. Na sequência, estão os shopping centers, as lojas de rua e os supermercados, mencionados por 39% dos entrevistados. Já 24% optam por sites e aplicativos de compra e venda de produtos novos ou usados. Em relação aos que vão comprar pela internet, 41% disseram escolher os portais que costumam fazer compras, 31% os sites que têm frete grátis e 28% as lojas online de marcas conhecidas.
A grande maioria (95%) faz pesquisa de preços antes de comprar, sendo que 53% procuram se certificar de que os produtos estão realmente em promoção e 42% procuram lojas em que os produtos estão mais baratos. Quanto às principais formas de pesquisa de preço, 54% recorrem a sites e aplicativos de comparação, 51% visitam lojas que gostam ou estão acostumados a comprar e 40% comparam preços em sites de busca.
Quase metade dos consumidores (48%) pretende fazer suas compras na semana da Black Friday e 23% apenas no próprio dia. Um dado curioso mostra a força da campanha de descontos promovida pelo varejo: 44% pretendem passar a madrugada conectados na internet para garantir boas compras e 64% dos que trabalham pretendem se manter online durante o expediente para ficar por dentro das ofertas.
A má notícia é que, segundo a pesquisa, 25% dos consumidores costumam gastar mais do que podem com as compras nesta data. “A Black Friday caiu no gosto do brasileiro, mas antes de sair comprando por aí é importante avaliar se os gastos cabem no orçamento. Não basta apenas pesquisar as melhores ofertas e depois se endividar com a aquisição de itens desnecessários”, alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Roupas, calçado e smartphones estão entre os produtos mais procurados
As roupas lideram a lista de compras dos consumidores (38%) — um aumento de dez pontos percentuais na comparação com 2017. Os calçados ocupam o segundo lugar (32%), enquanto os celulares e smartphones ficaram com a terceira posição (30%) entre os produtos que devem ser mais adquiridos nesta Black Friday. Depois aparecem os eletrônicos (25%) — 8% a mais do que no ano passado — e os eletrodomésticos (24%).
A forma de pagamento mais utilizada será a de compras a prazo (68%), sobretudo no cartão de crédito parcelado (49%), sendo que a média de parcelas será de seis prestações. Ou seja, até maio de 2019 estes consumidores estarão pagando as compras feitas na Black Friday. Ao mesmo tempo, 66% disseram que pretendem pagar suas compras à vista, principalmente em dinheiro (47%).
Embora a sexta-feira de grandes descontos atraia mais consumidores todos os anos, a maioria dos entrevistados ainda teme a ação de fraudadores: 64% têm medo de sofrer fraudes, como roubo de dados bancários ou clonagem de cartões na Black Friday. Cada vez mais familiarizados com o uso da internet, 87% dos consumidores brasileiros garantem que costumam buscar informações sobre a reputação das lojas antes das compras, principalmente em sites de reclamação (61%), nas redes sociais (45%) e no Procon (14%). Além disso, 97% vão acompanhar o preço de ao menos parte dos produtos para checar a veracidade das ofertas.
89% dos consumidores que compraram na Black Friday 2017 encontraram ofertas reais; 36% fizeram compras por impulso e 11% ficaram com nome sujo
Questionados sobre a experiência com a Black Friday 2017, mais da metade dos consumidores (55%) afirma ter comprado e 78% consideram que valeu a pena. Para 89%, os descontos anunciados pelas lojas eram reais e 83% não encontraram problemas com as compras. Apenas 16% tiveram algum tipo de dor de cabeça, especialmente com entrega fora do prazo (6%). Entre os que enfrentaram contratempos, 43% destacam que não conseguiram resolvê-los, sendo que 15% desistiram de solucioná-los.
Apesar de seis em cada dez entrevistados (64%) terem planejado suas compras, 36% reconhecem que acabaram comprando por impulso e 11% ficaram com o nome sujo. Dentre os consumidores que ficaram negativados por causa de compras feitas no período, 6% já limparam o nome e 5% ainda estão com restrição no CPF.
Fonte: SPC Brasil