“Quando uma mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”, essa frase de Angela Davis tem muito significado e pôde ser sentida no seminário temático “Mulheres Negras no curso de Pedagogia: dificuldades e aprendizagens”, promovido pelo colegiado de Pedagogia e o Carolinas, Diretório Acadêmico de Pedagogia. O mês de novembro é um período de enfatizar a luta antirracista no Brasil. O seminário que iniciou as atividades do Novembro Negro na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), ocorreu na terça-feira (5). A atividade levou um grande público ao auditório do módulo 7.
Com intuito de promover a integração, conhecer as vivências na academia e das mulheres negras, a ação teve como palestrantes Thaís Neves da Paixão, graduanda do curso de Pedagogia, Maria Aparecida Rodrigues Rocha, formanda de Pedagogia, Aline de Jesus Barros, egressa e professora na Rede Municipal de Feira de Santana, e Sandra Nívia Soares de Oliveira, docente de Pedagogia e Pró-reitora de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (Propaae).
Sandra Nívia discorreu sobre as dificuldades e aprendizagens dos professores e da própria universidade dentro do tema da atividade. De acordo com a pró-reitora, a universidade tem a capacidade de promover a reflexão do mundo. “Estar na universidade é ocupar um lugar de poder! Fico feliz quando escuto que ao entrar na academia pensam no curso de pedagogia e enquanto egressos da escola básica, refletem no que ela negou, também quando fazem a projeção, pensam em que professor querem ser para contribuir na formação de mulheres e homens do ensino básico”, defendeu.
A formanda Maria Aparecida, relatou que para o caminho trilhado até o final da graduação foram necessárias três coisas: fé, solidariedade e as políticas públicas. A discente, que participou de atividades de extensão e vivenciou os caminhos da academia, entende que a educação é uma ferramenta essencial e transformadora para todos. “As cotas não nos tornam inferiores, é uma oportunidade! Nós temos capacidade, fazemos as atividades e as mesmas provas que os não cotistas, se chegamos no final, mesmo com dificuldades, é porque de fato podemos”, defendeu ela sobre a necessidade de reparações históricas para transformações político-sociais.
Para Joice Miranda de Jesus, discente do 2º semestre e integrante do Carolinas, o espaço se destina a dar vozes e reafirmar que as mulheres negras podem participar de todos os espaços na universidade. “O nosso principal objetivo é falar que as negras podem sim participar da universidade, terminar o curso e ter uma boa formação como as outras pessoas”, afirmou a estudante sobre a relevância do debate para além do momento, para toda o período da graduação.