A notícia do aumento no número de casos de sarampo registrados em São Paulo e em outros seis estados do país neste ano acendeu um alerta sobre a doença. Em 2019, até o dia 1º de junho, foram notificados 143 casos suspeitos de sarampo na Bahia, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). Desses, 58 estão sendo investigados. Os demais não foram confirmados. No ano passado, dos 425 casos notificados como suspeitos, apenas três foram confirmados, todos em Ilhéus, no Sul do estado.
A última vez que houve um surto da doença na Bahia foi em 2006. Em 2019, não há registro de casos nos municípios baianos.
A Sesab informou ainda que fará uma campanha de multivacinação para crianças no período de 5 a 23 de agosto para todas as vacinas, incluindo a do sarampo, com objetivo de completar a caderneta de vacinação.
A última vez que o vírus se manifestou na Bahia foi em 1999, em Salvador. Os casos que surgiram depois disso estão associados ao contato dos pacientes com pessoas de outros estados ou países. O surto de 2006 ocorreu nos municípios de João Dourado, Filadélfia, Senhor do Bonfim e Pindobaçu, com 77 casos confirmados associados a vírus importado.
O Ministério da Saúde informou que até a semana passada o Brasil tinha 123 casos de sarampo confirmados neste ano. O Pará lidera o ranking com 53 confirmações, sendo seguido de São Paulo (51 casos), Rio de Janeiro (7), Minas Gerais (4), Amazonas (4), Santa Catarina (3) e Roraima (1).
Pará, São Paulo, Rio de Janeiro, e Minas Gerais já são considerados estados em situação de surtos ativos. Ainda na semana passada, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, prometeu distribuição de doses de vacina contra o sarampo para os estados que fizerem a solicitação à pasta.
Segundo o MS, o sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa. Ela pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. A doença pode ser prevenida pela vacina.
Quem tem sarampo, geralmente, tem febre alta, acima de 38,5°C, dor de cabeça, e manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo.
Outros sintomas são tosse, coriza, conjuntivite e manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, que antecede de 1 a 2 dias antes do aparecimento das manchas vermelhas. O vírus pode provocar infecções respiratórias, otites, doenças diarreicas, e doenças neurológicas.
O vírus do sarampo pode ser identificado na urina, nas secreções nasofaringes, no sangue, no líquor ou em tecidos do corpo pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). Não existe tratamento específico para a doença. É recomendável a administração da vitamina A em crianças, para reduzir a ocorrência de casos graves e fatais. Já o tratamento profilático com antibiótico é contraindicado.