Embora o então secretário de Administração Penitenciária, Nestor Duarte, tenha confirmado seis internos mortos na rebelião ocorrida no Complexo Penitenciário de Mata Escura, no último domingo (20), a Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) não reconhece o número. De acordo com a pasta, não houve atualização quanto às vítimas do motim, que também deixou 38 pessoas feridas. O acréscimo no dado foi feito por Nestor na segunda-feira (21). Nesta terça-feira (22), ele foi exonerado.
Procurada pelo Metro1, a Seap informou, por meio da assessoria, que “houve um equívoco”. A Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), que também acompanha o desenrolar da situação também reconhece o total de cinco mortes.
À reportagem, o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da capital, Ivan Paiva, afirmou, também na segunda-feira, que havia “alguns casos bem graves”, que poderiam “evoluir à morte”. Ele relatu que que nove detentos foram socorridos para o Hospital Geral do Estado (HGE), dois para o Hospital do Subúrbio, sete para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Barris, e outros cinco seguiram no complexo penitenciário – estes, com ferimentos de menor complexidade, não entraram no balanço divulgado pela SSP-BA.
Ao menos 12 detentos foram atingidos por disparos de arma de fogo. “Mais dois, por arma branca, além daqueles que despencaram de certa altura”, informou.
A rebelião foi registrada por volta das 15h45, segundo o boletim de ocorrências da SSP-BA. Solicitadas horas depois, por volta das 18h58, as equipes do Samu precisaram realizar alguns procedimentos, como drenagem torácica, já nas ambulâncias. Os ferimentos não foram detalhados por Paiva, mas alguns demandam cirurgias. O atendimento do Samu foi finalizado seis horas depois, à 1h.
Tentativa de fuga
A SSP-BA e a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) iniciaram uma investigação para apurar a entrada de armas no complexo penitenciário. O motim foi constatado quando policiais penais ouviram disparos de arma de fogo, no Módulo II da Lemos Brito. Guarnições do Batalhão de Guardas (BG) da Polícia Militar foram até o local e, segundo a SSP-BA, impediram a fuga de detentos pela porta principal daquela unidade.
Em seguida, com reforços de equipes do Bope, Batalhão de Choque, Graer, Apolo, Gêmeos e Rondesp Central, os militares entraram na unidade prisional e reestabeleceram o controle. Sem precisar o número, a pasta informou que armas brancas e de fogo foram apreendidas. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está à frente das investigações que busca identificar motivação e autoria dos crimes.
Fonte Metro1