O Sistema Único de Saúde (SUS) começou a oferecer um novo tratamento para quem sofre com o Mal de Alzheimer. Agora, os pacientes cadastrados no sistema poderão ter acesso ao adesivo de rivastigmina – anteriormente, o remédio só estava disponível em cápsulas ou gotas.
Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), a principal diferença entre o uso de rivastigmina por adesivo e por via oral é a sua forma de absorção. Enquanto por cápsula o medicamento é imediatamente absorvido – podendo causar, inclusive, problemas gastrointestinais -, o remédio via adesivo é absorvido pelo organismo ao longo de 24 horas.
“O princípio ativo é absorvido pelo no organismo ao longo do dia e, por não ter absorção no estômago, gera menos efeitos colaterais para o sistema digestivo. Este tipo de apresentação proporciona praticidade ao cuidador por ser de fácil manuseio e por garantir que o paciente realmente recebeu a dose diária correta, além da lembrança visual do medicamento na pele, o que ajuda a evitar esquecimento”, explica a Abraz.
Não há um lugar específico para a aplicação do adesivo. Segundo a bula do medicamento, é indicado obedecer a orientação do médico, mas evitar locais onde a roupa possa causar alguma influência na aderência à pele. A bula indica ainda que o adesivo seja aplicado em algum lugar na parte superior dos braços, peito ou costas.
A rivastigmina trabalha no aumento de uma substância chamada acetilcolina, que encontra-se reduzida no cérebro das pessoas que sofrem com a doença. Segundo uma nota do Ministério da Saúde, divulgada pelo portal G1, o medicamento adesivo é uma forma de lembrete aos pacientes, além de reduzir os possíveis problemas gastrointestinais devido aos efeitos colaterais do remédio no sistema do paciente.
“Para tentar diminuir esses efeitos indesejáveis, foi incorporada essa nova apresentação, que será indicada pelo médico que acompanha o paciente. Além disso, os pacientes com Alzheimer podem tomar mais medicamentos ou menos que a quantidade prescrita, devido ao esquecimento”, afirma a nota.
De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde de dezembro do ano passado, o número de pessoas que sofrem com algum tipo de demência deve triplicar até 2050, passando de 50 milhões para 152 milhões. O Mal de Alzheimer é o principal tipo de demência no mundo, representando entre 60% e 70% dos casos.
Atualmente, estão disponíveis no SUS, segundo a Abraz, além da rivastigmina, os medicamentos donepezila e galantamina, ambos em formato de comprimidos, para o tratamento do Alzheimer. Para ter acesso ao tratamento, é necessário que um psiquiatra, geriatra ou neurologista prescreva o medicamento, seguindo o Protocolo Clínico de Diretriz de Tratamento (PCDT).
Ademais, é necessário que o paciente esteja portando uma cópia do Cartão Nacional de Saúde (CNS), uma cópia do documento de identidade, o laudo para Solicitação, Avaliação e Autorização de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (LME) e a cópia de um comprovante de residência.
Fonte: G1