O tele coronavírus, que começou a funcionar na última terça-feira (24), já recebeu mais de seis mil ligações desde que iniciou a operação. A informação é da pesquisadora da Fiocruz e otorrinolaringologista, Viviane Boaventura, que está à frente do projeto.
“Nós começamos na terça à tarde, ontem e hoje foram dias completos. A gente teve cerca de 3 mil ligações recebidas por dia”, destaca Viviane.
O tele coronavírus, onde o contato é feito pelo 155, oferece atendimento para triagem à distância, além de tirar dúvidas sobre o coronavírus.
“O nosso objetivo, como a Covid-19 não tem um tratamento específico, é evitar que pessoas que tenham sintomas muito leves, que poderiam ficar em casa aguardando a recuperação, se desloquem para os centros de saúde e se exponham mais, além de expor outras pessoas da população a ter uma infecção”, explica a pesquisadora.
Ela ainda conta que a é importante deixar que as unidades de saúde estejam voltadas para as pessoas que realmente precisam do atendimento presencial, pessoas que tenham sintomas mais graves.
De acordo com Viviane Boaventura, a maioria das pessoas liga com queixas relacionadas a infecção respiratória, e querem tirar dúvidas se realmente é necessário ir a uma emergência ou se elas podem aguardar em casa a recuperação.
“A maioria das pessoas têm sintomas mais leves, a maioria recebe a orientação de não se deslocar, porque acaba diminuindo, que é a nossa intenção, a circulação de pessoas doentes e também a disseminação da doença”, explica a pesquisadora.
O serviço é resultado de uma parceria entre Governo do Estado, Universidade Federal da Bahia e Fiocruz. Mais de 1.200 estudantes de medicina aderiram voluntariamente ao serviço. Para cada grupo de 20 estudantes, há a supervisão de um médico.
“Todo esse trabalho é feito por voluntariado, então a gente trabalha com um apoio muito bom, para uma iniciativa de UFBA com a Fiocruz, mas ainda tem o apoio de todas as faculdades de medicina aqui de Salvador: a Baiana, a FTC, Unifacs, UNEB, UEFS, Uesc, UFRB, UFSB. E temos o apoio da PM também. Então, os internos do 5º e 6º ano de medicina dessas faculdades que eu citei, eles atendem remotamente em casa, pelo telefone, e dão orientações. Eles foram treinados para isso, e dão orientações a essas pessoas que ligam de como devem proceder”, explica.
O diagnóstico positivo para o novo coronavírus pode cursar com grau leve, moderado ou grave. A depender da situação clínica, pode ser atendido em unidades primárias de atenção básica, unidades secundárias ou precisar de internação. Mesmo definindo unidades de referência, não significa que ele só pode ser atendido em hospital.
Os casos graves devem ser encaminhados a um hospital de referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.
Fonte G1