O TikTok está na mira dos políticos dos Estados Unidos, onde avança um projeto de lei que pode banir a rede social no país.
Há alguns anos o aplicativo que tem ao menos 1 bilhão de usuários no mundo, sendo 170 milhões nos EUA, se vê sob pressão no mercado americano.
O cerco apertou na última quarta-feira (13), quando foi aprovada na Câmara a proposta que exige que a chinesa ByteDance, dona do TikTok, consiga um novo proprietário para o aplicativo nos EUA ou deixe de atuar no país. O texto seguiu para análise no Senado.
O atual presidente-executivo rede social é Shou Zi Chew, um ex-banqueiro de 41 anos que também trabalhou como diretor financeiro da fabricante de celulares Xiaomi.
O que dizem os EUA – O projeto de lei se baseia no temor de que dados de usuários do TikTok nos EUA possam ser espionados pelo governo da China, uma desconfiança lançada ainda durante o governo de Donald Trump e que acabou se espalhando por outros países.
A suposta parcialidade do TikTok no conteúdo exibido também é questionada por alguns políticos.
O atual presidente, Joe Biden, já afirmou ser a favor do projeto de lei. Na última semana, no entanto, ele passou a ter um perfil verificado no TikTok de sua campanha à reeleição.
O que dizem a China e a ByteDance – O governo chinês se queixa de que os EUA nunca forneceram evidências de que o TikTok ameace a segurança nacional.
A ByteDance diz que não armazena dados de usuários na China e entende que o projeto de lei, na verdade, visa beneficiar suas concorrentes.
Executivos do Facebook/Instagram e do Google, dono do YouTube, já expressaram preocupação com o crescimento meteórico do TikTok nos últimos anos.
Enquanto as principais “big techs” americanas têm seus passos acompanhados de perto por investidores, já que possuem ações na bolsa de valores, existem poucas informações oficiais sobre o faturamento e outros números do aplicativo de vídeos chinês.
Quanto vale o TikTok?
A ByteDance não tem ações na bolsa de valores e, portanto, não é obrigada a publicar balanços financeiros. Mas fontes disseram ao jornal “Financial Times”, na última sexta-feira (15), que a rede social faturou US$ 120 bilhões (R$ 600 bilhões) em 2023, sendo US$ 16 bilhões (R$ 80 bilhões) apenas nos EUA.
O jornal afirma que o dinheiro vem principalmente de plataformas populares na China, como o Douyin, versão do TikTok voltada para o mercado asiático.
Como comparação, a Meta, dona de Instagram, Facebook e WhatsApp, teve US$ 135 bilhões (R$ 674 bilhões) de faturamento no ano.
Ainda segundo o “Financial Times”, o TikTok ainda não registrou lucro por conta dos investimentos em sua expansão global, mas o grupo que controla a plataforma teria tido um ganho de US$ 28 bilhões (R$ 140 bilhões) em 2023.
Quem são os donos do TikTok?
O TikTok é controlado pela ByteDance, empresa chinesa fundada por um grupo liderado por Zhang Yiming, presidente do conselho da companhia até 2021, e Liang Rubo, que ocupa o cargo atualmente.
A ByteDance, por sua vez, afirma que é repartida entre três grupos de proprietários: investidores (60%), fundadores (20%) e funcionários (20%). A empresa diz que “não pertence nem é controlada por nenhuma entidade governamental ou estatal”.
Quem é o chefão do TikTok?
O TikTok é comandado desde 2021 por Shou Zi Chew, um ex-banqueiro de 41 anos que, antes de assumir a rede social, também trabalhou como diretor financeiro da fabricante de celulares Xiaomi.
O executivo nasceu em Singapura e, devido à desconfiança sobre uma ligação da rede social com a China, foi questionado algumas vezes sobre a sua nacionalidade em depoimento ao Congresso dos EUA, em fevereiro último.
Em outra audiência, em março de 2023, ele afirmou que a empresa não trabalha com o governo chinês nem nunca recebeu pedidos para compartilhar informações de usuários com autoridades chinesas.
Onde ficam os dados de usuários do TikTok?
O TikTok diz que não armazena dados de usuários na China. Segundo a plataforma, as informações ficam em servidores nos Estados Unidos, em Singapura e na Malásia.
A rede social afirma ainda que o conteúdo é protegidas por “fortes controles de segurança físicos e lógicos, incluindo pontos de entrada fechados, firewalls e tecnologias de detecção de intrusões”.
Fonte g1