O presidente americano Donald Trump disse, na última sexta-feira, 8, que o G-7 deveria reintegrar a Rússia no bloco. O G-7 é um grupo formado pelos sete países mais ricos do mundo (EUA, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido). A declaração de Trump foi feita antes do presidente viajar para Charlevoix, no Quebec, no Canadá, onde acontece o encontro de dois dias.
A Rússia foi excluída do então G-8 em 2014, devido à anexação da Crimeia. Os EUA apoiaram a Ucrânia na crise com a Rússia em 2013 e sugeriram a expulsão russa do G-8 no ano seguinte. Por isso, a declaração de Trump é considerada surpreendente. A fala do presidente americano corresponde a uma ruptura extraordinária com os principais aliados dos EUA.
Antes de se reunir na cúpula, os líderes europeus Emmanuel Macron, Angela Merkel, Theresa May e Giuseppe Conte concordaram que “a posição europeia é de negar o retorno da Rússia”, apesar de considerarem “a possibilidade de estabelecer um diálogo”.
A Rússia, por sua vez, não demonstra interesse em voltar para o grupo. Segundo o presidente do comitê de Relações Exteriores do Parlamento russo, Konstantin Kosachev, o país só deveria “voltar ao grupo em seus próprios termos, com sanções removidas e interesses respeitados”. Para ele, o G-7 precisa da Rússia mais do que a Rússia precisa do G-7.
Para complicar ainda mais a situação diplomática, Trump sinalizou, na semana passada, que poderia não assinar a declaração conjunta com outros líderes reafirmando princípios e valores comuns. “O presidente americano pode não se importar em ficar isolado, mas também não nos importamos em assinar um acordo com seis países”, rebateu Macron no Twitter.
Fonte: Estadão