A pandemia da Covid-19 atingiu duramente o turismo brasileiro e, entre março e outubro deste ano, o setor amargou um prejuízo de cerca de R$ 228,6 bilhões. O dado é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo a entidade o faturamento do setor deve retornar a níveis pré-pandemia apenas no terceiro trimestre de 2023. Juntos, os estados de São Paulo – R$ 82,28 bilhões – e do Rio de Janeiro – R$ 33,71 bilhões – concentram 50,7% do prejuízo nacional.
Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), disse que que o turismo no País vem apresentando sinais de melhora aos poucos. De acordo com ele, o grande desafio é ofertar serviços com preços que se ajustem à realidade da população e, ao mesmo tempo, consigam beneficiar os empresários diante de tantos prejuízos.
“O preço tem sido um componente importante, porque, majoritariamente a população está com menos dinheiro. Contudo, isso tem que se adequar para dar mais sustentabilidade às empresas”, afirma.
Para reverter as perdas na área, o Governo Federal lançou o programa Retomada do Turismo, iniciativa que vai unir esforços dos setores público e privado, terceiro setor e Sistema S, com o objetivo de fortalecer a área diante de tantas perdas. O programa vai reunir uma série de iniciativas que serão lançadas até 31 de julho do próximo ano.
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Segurança
Em junho deste ano, o Ministério do Turismo lançou o selo Turismo Responsável – Limpo e Seguro, certificado que atesta que prestadores de serviços do setor cumprem medidas sanitárias para evitar o contágio do coronavírus. Para ter acesso ao selo, empresas e guias de turismo precisam estar inscritos no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur). Até 20 de outubro, 23 mil selos foram emitidos, segundo o Ministério do Turismo.
Na cerimônia em que o programa Retomada do Turismo foi lançado, na última semana, o titular da pasta, Marcelo Álvaro Antônio, ressaltou a importância de que as pessoas procurem estabelecimentos credenciados com o selo. “Procure os estabelecimentos que contêm o selo do Turismo Responsável, são mais de 23 mil estabelecimentos em todo o Brasil, obedecendo todos os protocolos de biossegurança”, disse o ministro.
Emprego
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), entre março e setembro o setor de turismo eliminou 489,2 mil postos de empregos formais, o que equivale a 13,5% da força de trabalho na área. Segundo a CNC, é previsto um encolhimento de 37,1% no faturamento real do setor de turismo em 2020.
Desde o começo da pandemia, o Ministério do Turismo afirma que já destinou R$ 5 bilhões de crédito a empresas do setor, o que proporcionou a preservação de mais de 26 mil empregos.
Fonte: Brasil 61