Na Bahia, uma pessoa negra foi morta pela polícia a cada 24h, em 2021, segundo o novo boletim “Pele alvo: a cor que a polícia apaga”, divulgado nesta quinta-feira (17), pela Rede de Observatórios da Segurança.
Segundo o boletim, foram registradas 1.013 mortes por intervenção policial, sendo que 603 dessas vítimas eram pessoas negras.
Conforme a rede, o Governo da Bahia informou que 122 casos de mortes cometidas por policiais não estavam incluídos no banco de dados da secretaria. O motivo não foi explicitado.
Além disso, o dado divulgado no relatório anterior da Rede de Observatórios dizia que 607 pessoas haviam sido mortas pela polícia. O dado foi enviado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). Contudo, no Anuário de Segurança Pública deste ano revela que os mortos foram 1.138.
O grupo disse que entrou em contato com a SSP-BA para saber o motivo da discrepância entre os dados, mas não foi respondido.
O estado é o mais letal do nordeste e o segundo do Brasil (atrás apenas do Rio de Janeiro) e tem o maior percentual de pessoas negras mortas pela polícia quando foram descartados os não informados (98%).
Já Salvador, teve 299 mortes por agentes do estado e uma dessas pessoas não era negra. Dos dez bairros com os maiores índices no município, nove são majoritariamente negros.
O que tem maior número de mortes é o bairro do Castelo Branco, com 14 registros. Salvador, Feira de Santana e Camaçari são os municípios em que a polícia mais mata pessoas negra.
Confira lista dos 10 bairros com mais mortes por intervenção do Estado:
- Castelo Branco: 14 mortes;
- IAPI: 12 mortes;
- Fazenda Grande do Retiro: 12 mortes;
- São Marcos: 11 mortes;
- Valéria: 10 mortes;
- Alto do Cabrito: 9 mortes;
- São Cristóvão: 9 mortes;
- Sete de Abril: 9 mortes;
- Mata Escura: 9 mortes;
- Santa Cruz: 9 mortes.
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e aguarda posicionamento do órgão sobre o caso.
Fonte g1/ Bahia