As mortes, as internações e os casos graves e leves de Covid-19 têm sofrido uma redução expressiva nos últimos meses no Brasil. Segundo especialistas ouvidos pelo g1, essa trajetória é resultado do avanço da vacinação e, para que seja mantida nos próximos meses, deve continuar sendo acompanhada de outras medidas de prevenção, especialmente o uso de máscaras.
Desde o pico da pandemia, a média móvel de mortes por Covid-19 caiu 86% no Brasil, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa. De 3.125 em 12 de abril para 438 nesta quinta-feira – a menor marca desde novembro de 2020. O número mostra a expressiva redução dos óbitos provocados pelo coronavírus nos últimos meses.
Os casos graves e internações vão na mesma direção. De acordo com o último boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS se estabilizaram em níveis baixos, inferiores a 50%.
Apenas Espírito Santo e Distrito Federal estão em alerta, com 75% e 83% de ocupação, respectivamente.
Entre as capitais, apenas quatro estão na zona de alerta intermediário: Porto Velho (65%), Vitória (73%), Rio de Janeiro (65%) e Porto Alegre (63%). As demais 22 capitais estão fora.
Estabilização da pandemia
“Esses novos dados representam a estabilização da epidemia no Brasil, ainda com níveis que necessitam atenção, pois a circulação de pessoas nas ruas e a positividade de testes permanecem altas”, afirma o Observatório Covid-19 da Fiocruz.
A Fiocruz, assim como outros especialistas, afirma que a vacinação é a grande responsável por essa queda nos indicadores da doença. Mas ressalta que é necessário manter outras medidas de prevenção para evitar uma nova alta, como ocorreu em outros países, que deixaram de exigir o uso de máscaras e foram afetados pela chegada da variante Delta.
“É essencial que, concomitantemente, ainda sejam adotadas medidas para conseguir bloquear a circulação do vírus.”
O epidemiologista Pedro Hallal, da UFPel, afirma que a prioridade é impedir o avanço da variante Delta, mais transmissível.
“No momento atual, o nosso maior inimigo é a variante Delta”, afirma Hallal. “Se conseguirmos evitar que a variante Delta gere um novo aumento de casos, estaremos muito próximos de vencer a pandemia, caso a vacinação continue avançando.”
Ele lista os cuidados necessários para evitar um novo crescimento da pandemia e manter a trajetória dos índices:
- Usar máscaras, especialmente em locais fechados
- Evitar aglomerações, especialmente se houver a presença de não vacinados
- Manter a higiene das mãos, especialmente evitar tocar as mãos nos olhos, nariz e boca
Fonte G1/